Optei
Bastantes vezes
Sujeitar-me a
Efémeros momentos
Sofrendo em
Silêncio e
Assim,
Omitir o meu sentir.
Dentro de cada
Encontro
Tracei
Etapas que nunca
Terão sido atingidas
E assim fui sofrendo e
Rezando para que fosses meu
Shhh
Não faças barulho.
Adormeci o meu coração
Shhh
Não faças barulho.
Não acordes de novo a ilusão
Deixa-me sorrir sem lágrimas,
Deixa-me amar sem dor,
Deixa-me gritar ao céu
O nome do meu amor
Shhh
Não faças barulho.
Já ninguém sabe de nós
Shhh
Não faças barulho.
Deixa-me ouvir a tua voz
Deixa-me tocar-te na mão,
Deixa-me beijar-te o coração,
Deixa-me amar sem receio,
Deixa-me abraçar-te por inteiro.
Shhh
Não faças barulho.
Não me acordes do meu sonho.
Shhh
Não faças barulho.
Não me digas que acabou
Shhh
Shhh
Shhh
IX
Tento soltar as cordas imaginárias que traçam os meus pulsos impedindo o sangue de correr. Não quero mais estar agarrada a esta ilusão que criei.
Os sentimentos destroçaram o meu coração; cortaram-no aos pedaços, como se fossem facas afiadas prontas a laminar.
Procuro a semântica do teu sentir
Não a encontro. Tento perceber a força do meu sentir
Não consigo.
Restam-me as memórias escondidas no fundo de mim. Resta-me fechar os olhos e recordar os momentos que foram nossos
Já nem sei se faço bem em fechar os olhos. Esses momentos apertam-me o coração impedindo-o de bater
Esta atrofia cardíaca envenena-me a alma e liberta o meu chorar.
Tenho que guardar as memórias no recanto do meu ser, deixar o pó tomar conta delas e, quando conseguir libertar o coração aí sim, poderei recorrer às lembranças com um sorriso
Sem deixar o choro nascer, sem deixar o coração parar de bater, sem te deixar reaparecer